terça-feira, 22 de junho de 2010

SUS - UMA FRUSTRAÇÃO

     Em outubro de 2008, com o apoio de amigos, iniciei a peleja para realizar a cirurgia bariátrica através do SUS (Sistema Único de Saúde/INSS). Lá fui eu feliz da vida para BH a fim de realizar a cirurgia o mais breve possível (ilusão total), afinal estava chegando numa idade em que (quase) tudo começa a falhar.

     Após as primeiras 2 ou 3 consultas (dois meses) fui “redistribuído” para o Hospital das Clínicas. Novas consultas e descobri que você tem que passar por vários profissionais de saúde e realizar duas centenas de exames até que os médicos, em consenso, declarem que você é um gordo responsável (pasmem, saudável e consegue emagrecer sem cirurgia!!!) e se encontra apto a enfrentar a terrível mesa de operações.

     O problema é que até a bateria de médicos te atender (cirurgião, endocrinologista, fisioterapeuta, nutricionista, psicólogo, psiquiatra e vários outros) lá se vão mais preciosos meses.

     Outro problema: você tem que fazer intermináveis exames e, à exceção daqueles ditos “de sangue”, eles podem demorar mais intermináveis meses, pois não menos que 3 vezes ouvi dizer que “a máquina quebrou”, “nossa cota de exames acabou”, “volte daqui a 3 meses para ver se já podemos marcar” (para mais 3 meses de espera). Você então, para adiantar o que der, decide arcar com os ônus financeiros dos exames, numa ingênua tentativa de acelerar o procedimento.

     O pior é que os meses se passam e você descobre que a cada consulta um profissional novo aparece e você aumenta o número de medicamentos que precisa tomar, ou seja, suas condições clínicas pioram e você fica cada vez mais longe da tão desejada cirurgia. Acho que é assim que as pessoas morrem na fila da cirurgia, esperando, sendo empurradas com a barriga pelo sistema que não tem condições de suportar o número de pacientes. E, se você morrer na fila, o sistema agradece: é como um filtro natural...

     Resultado de um ano de espera: Bye, bye SUS; Hello Plano de Saúde Privado. E lá fui eu.

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